terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mais sentindo que pensando...


"De repente, não mais que de repente 
Fez-se de triste o que se fez amante 
E de sozinho o que se fez contente. 

Fez-se do amigo próximo o distante 
Fez-se da vida uma aventura errante 
De repente, não mais que de repente."
(Vinícius de Moraes, Soneto de separação)


E doeu, como doeu...

Zé de Serrania me diria:

 " O amor é uma dor
É um tédio sem remédio..."

Será mesmo Zé?

O amor não dói, 
Amar tanto faz com que eu me sinta mais viva.

Oras, e o que doeu tanto?

Doeu ter que não mais que de repente refazer todos os meus planos.
Doeu querer aqueles braços em meio a muitos outros abraços,
e não compartilhar mais as boas notícias,
e continuar sentindo, ainda que timidamente, a esperança de um recomeço
Doía não saber o que fazer quando minha única vontade era gritar que eu amo!

O que dói não é o amar.
Este amor ainda está aqui, talvez perdure por todo o sempre, mutante como eu e como os outros amores que tenho na vida...
Entretanto há agora a alegria de ver que meu amado é mais feliz longe de mim.
E há o alívio, porque já não existem rancores, nem desejos, nem medos, nem esperanças.

E me resta seguir,
"E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito..."
(Vinícius de Moraes, O verbo no infinito)

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